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sábado, 19 de março de 2011

BRASIL COLONIAL - 8º ANO

BRASIL COLONIAL - TEXTO DE APOIO - 8º ANO
Por que falamos português? O Brasil sempre teve esse tamanho? Por que ainda temos uma economia tão influenciada pela agricultura e pelo latifúndio? Quem foram os primeiros a tomarem posses de propriedades de terra tão grandes?
Essas perguntas e tantas outras sobre o nosso país são feitas e muitas vezes não acreditamos que existam respostas a elas. No entanto, quando estudamos a história do Brasil, principalmente entre os séculos XVI e XVIII, acabamos encontrando as respostas e por isso estudamos esse período, tão importante para a compreensão de nosso presente.
Todas essa história tem início em 1500 com a chegada de Pedro Álvares Cabral que, cumprindo determinações do rei de Portugal, chegou a costa a fim de determinar posse de território a seu país.
É bem verdade que antes de Pedro milhões de pessoas já habitavam a área que Portugal determinou ser sua posse. Aliás estudos recentes apontam para mais de 15 mil anos atrás a data de chegada dos primeiros habitantes desse território.
No entanto a história desse território com a chegada dos portugueses sofreu mudanças tão profundas que a história passou a ser contada por eles, portugueses e com o passar do tempo foi continuada pelo povo que aqui se formou produto de miscigenações, domínios e adaptações entre índos, portugueses e negros.
Tentando responder algumas de nossas perguntas comecemos a estudar um pouco esse período da história do Brasil a - História do Brasil Colonial.
Esse período histórico divide-se em:
Ciclo do pau-brasil
Ciclo da cana-de-açúcar
Ciclo da mineração
Nesse texto vamos nos concentrar nos dois primeiros.

O Ciclo do pau-brasil
Chamamos de ciclo econômico um período determinado pela exploração quase exclusiva de um produto e que determina a organização política, econômica e social do território.
A partir de 1500 com a posse do território, Portugal começou a procurar maneiras de lucrar com a exploração. Não podemos esquecer que Portugal tinha uma economia mercantilista e que para ele ter a posse de colônias significava lucrar com elas.
Mas o Brasil nos primeiros tempos não chegou a empolgar muito Portugal. Afinal era uma terra totalmente desconhecida.
A parte exótica - índios, papagaios e araras - chamou bastante atenção, no entanto Portugal não encontrou o que mais lhe interessava - metais preciosos.
Apesar dos italianos chamarem esse território de "Terra dos Papagaios",Portugal batizou-o de Brasil, e esse nome tem sido associado aos primeiros tempos de exploração de uma árvore que começou a dar muitos lucros aos portugueses (através da tinta, móveis e navios que se produzia com a madeira): o pau-brasil.
De 1500 a 1535 a principal atividade econômica foi a extração de pau-brasil. Para a sua extração os portugueses estabeleceram pontos de trocas - as feitorias - com os indígenas, principalmente os tupinambás, que trocavam a madeira por vários objetos portugueses.
Nesse período Portugal se viu ameaçado de perder o território para os franceses que constantemente invadiam o Brasil, pois defendiam que uma área pertencia a quem efetivamente a ocupasse e até aquele momento os portugueses vinham, pegavam a madeira e iam embora.
"Os franceses entraram no comércio do pau-brasil e praticaram a pirataria, ao longo de uma costa demasiado extensa para que pudesse ser guarnecida pelas patrulhas portuguesas. Em diversos momentos, iriam mais tarde estabelecer-se no Rio de Janeiro e no Maranhão" - Boris Fausto - História do Brasil.
Como evitar essas invasões?
O rei de Portugal sabia que era necessário ocupar o Brasil e por isso decidiu colonizá-lo. Com o objetivo de patrulhar e explorar a nova terra começa a ocupação do território por Portugal.

O Ciclo da Cana-de-Açúcar

Martim Afonso de Souza recebeu a função de dividir o Brasil em 15 faixas de terras, paralelas a linha do Equador e entregá-las a capitães donatários. Esses homens eram todos ligados a Coroa portuguesa e tinham funções diversas em Portugal - desde membros da pequena nobreza a comerciantes.
Os donatários recebiam o direito de explorar o território, mas não eram donos da terra. Eram responsáveis em estabelecer fontes de produção de riqueza e assim surgiram os primeiros engenhos de um produto que iria trazer altos lucros para Portugal - o cultivo da cana-de-açúcar para a produção e venda de açúcar.
O donatário podia distribuir sesmarias quer eram grandes propriedades rurais e que deram origem aos primeiros latifúndios no Brasil.
Com exceção de Pernambuco, São Vicente e Bahia outras capitanias fracassaram e ao longo do tempo foram sendo retomadas pelo governo português.
As mais prósperas combinaram a economia do açúcar com um relacionamento menos violento com os índios.
Com o fracasso do sistema de capitanias o governo português iniciou uma nova forma de governo para controlar e patrulhar o Brasil - O Governo Geral. Com isso o Brasil passou a ter um centro administrativo com a fundação de Salvador.
Com Tomé de Souza, primeiro governador geral vieram os primeiros jesuítas com o objetivo de catequizar os índios e fixar o poder do catolicismo na nova terra.
Como Portugal conseguia lucrar com o Brasil?
A atividade agrícola para exportação foi a escolhida e a produção de açúcar era a atividade mais lucrativa para Portugal naquele período. O açúcar era um produto caro e raro na Europa, o Brasil tinha solo adequado e Portugal já tinha experiência na fabricação do açúcar.
Para o trabalho utilizou-se a mão de obra negra africana. Dessa forma os africanos passaram a integrar a população no Brasil. Os africanos eram escravizados pelos portugueses e trazidos para o Brasil em navios, nos chamados navios negreiros. Sua condição de viagem e vida aqui eram horríveis e sempre que possível os negros se revoltaram e resistiram contra a sua condição.
Os índios também foram escravizados, mas o grande número de povos exterminados por causa das inúmeras guerras contra portugueses e suas constantes fugas para o interior do território dificultava bastante a escravidão indígena, mas não a tornaram impossível.
A produção de açúcar era feita no engenho onde a cana era moída, seu caldo fervido e colocado em formas para secar então os pães de açúcar eram formados. As fazendas de açúcar eram divididas em plantação, engenho, casa-grande e senzala. Na casa-grande viviam o proprietário e seus familiares e na senzala os escravos.
Para produzir o açúcar Portugal fez uma aliança comercial com a Holanda que refinava o açúcar e distribuía na Europa.
Nessa época o Brasil era povoado por pessoas que se diferenciavam socialmente. No topo da pirâmide social estavam os senhores (donos de grandes propriedades rurais) e os altos funcionários do governo, além de membros do clero. Como classe totalmente dominada, na base da pirâmide estavam os escravos, negros e indígenas. Nesse tempo havia uma camada intermediária representada por pessoas assalariadas como feitores, capatazes, militares, padres e camponeses donos de pequenas propriedades rurais.
A Igreja teve importante papel nesse período e foi responsável pela conversão de indígenas e negros através do trabalhos ds jesuítas e também dos senhores de escravos que obrigavam seus escravos a seguir a doutrina católica, processo nem sempre pacífico.
Além da cana-de-açúcar outras atividades econômicas foram desenvolvidas, todas ligadas ao setor agrário, tais como: o cultivo de fumo e algodão, a agricultura de subsistência como mandioca, feijão, assim como a criação de gado.
A partir do século XVII mudanças irão ocorrer e o ciclo da cana-de-açúcar irá entrar em decadência.

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